terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Jeff Beck, o 'Ame-o ou Deixe-o' - Parte 4

Bem amigos da Rede Bobo...


[É treta....]
Vocês curtiram aí, no show do intervalo, todos os timbres polêmicos, notas bonitas e podres que o tira-teima insistiu em mostrar.
Pois então vamos direto para o 4ºtempo de, Deus sabe quantos, episódios sobre um dos grandes gênios das 6 cordas, o Fabuloso (não, não é Luís Fabiano), o grande Jeffinho.


Então, senta a pua aí, danado....


E então, depois de arrancar o status de 'God' do Sir. Eric Patrick Clapp, o 'Pequeno Jeff', que já era grande, já figurava como "o guitarrista". E não era pra menos, isso porque o discááááço 'Blow by Blow' alavancou tudo que se tocava em termos de Jazz-Rock pra outro patamar. E olha que até hoje ele diz que não sabe quase nada de teoria musical.


Mitiiiirooooso...


Eu mesmo costumo citar que a importância de Jeff Beck pra guitarra é, pra mim, tão grande quanto a de Hendrix. Ta certo que o negão era infernal, mas Beck tem muitas coisas que são modelos de modernidade até hoje, e olha que eu estou falando do que ele fazia nos anos 70.


[Não tocam nada esses aí...]
Durante a turnê do 'Blow by Blow', uma das bandinhas que abriam o show de Mr. Beck era uma tal de 'Mahavishnu Orchestra'. Essa bandinha tinha um guitarrista bem fraquinho chamado John Mclaughlin

A Mahavishnu Orchestra, lógico que todo mundo sabe, era basicamente uma banda de nerds musicais que dificilmente conseguiam namoradas e por causa disso só tocavam 'tronchura'.

Hehehe... Nessa brincadeira, durante a turnê do BbB (ficou bonita essa abreviação), 'El Becko' dava suas canjinhas nos shows da Mahavishnu. E não é que o danadinho acertava tudo! Acertava os temas, os compassos compostos e improvisava feito um capeta nas músicas alegres e felizes de Mclaughlin e Cia.


[Canja cheia de nota podre..]
Impressionado com a capacidade de tocar tudo em alto nível, um repórter daquelas revistas tipo 'Rolling Stone', 'Roadie n' Crew', 'The Psycho Magazine', 'UFO' perguntou pro John Mclaughlin se ele achava que Beck, um leigo em teoria musical, deveria se entregar aos estudos e virar um nerd. Mclaughlin respondeu algo mais ou menos assim: "- Pra quê, intuitivamente ele sabe mais do que qualquer um aqui, eu queria ser como ele (no bom sentido), isto é, saber de tudo por instinto".

Queria ser tanto como ele que, durante a fase do 'Bitches Brew', John deixou-se levar pelo desafio de Miles Davis, que era: Esqueça tudo e aprenda tudo de novo comigo. Mas isso é outra história que eu vou contar quando o Brasil jogar com a Argentina nas quartas de final da copa de 2018.


Peraí, é um  post sobre John Mcluaghlin...?


Não, mas ele tem um papel bacana na vida de 'El Becko'.


[Sexto Beatl...Ué, cadê o Billy Preston]
Enfim, depois de lançar um puta disco, agraciar definitivamente a fama e o dinheiro, fazer uma turnê cheia de altos e altos, 'El Becko' envia aquele Telex pra o 'Sexto Beatle' convidando-o para a pré-produção do seu mais novo disco.

Conversa vai, conversa vem e Sir. George Martin, ele mesmo, o 'Sexto Beatle', diante da maturidade de Jeff, sugere que ele mesmo toque em frente a produção do disco. Mas Beck, medroso que é (e é mesmo), começa a chorar e insiste pra que ele divida a produção.



Músicas escolhidas, repertório montado, músicos selecionados, instrumentos afinados... Gravando!


Lógico que após o mágico disco anterior, todos esperavam que Beck viesse com algo no mesmo nível ou melhor para o sucessor de sucessos que estaria por vir. Talvez por isso a insistência para ter George Martin para dividir a produção.

E Jeffinho não deixou barato. Esse disco tem uma performance tão espetacular que até carta de reconhecimento o 'homi' recebeu!


Então da-lhe....


[Wired - 1976]
Lançado em 1976, Wired, arrebatou corações com timbres matadores, grunhidos, alavancadas e interpretações de fazer muito neguinho encostar a guitarra para sempre.



Acompanhado dos 'Mahavshnianos' Jan Hammer e Narada Michael Walden e dos mortais Max Middleton e Wilbur Basscomb (nem preciso dizer que esse cara é baixista), o disco vem recheado de pedradas funkeadas e temas totalmente 'jam session'.


Setlist:
1- Led Boots
2- Come Dancing
3- Goodbye Pork Pie Hat
4- Head for Backstage Pass
5- Blue Wind
6- Sophie
7- Play With Me
8- Love Is Green


A coisa toda já começa com a pedrada definitiva. 'Led Boots' já começa com um riffáço e só pra constar, Led Boots tem um dos solos favoritos do discípulo de Beck, o jovem Scott Henderson.

Se eu não me engano, 'Blue Wind' foi a música responsável por Andy Timmons começar a tocar.

'Play With Me' e 'Come Dancing' estão naquela vibe de Jam Session, mas mesmo assim, não deixam de ser muito bacanas. Inclusive rola um baita improviso de 'El Becko' com um oitavador que é o 'quebra gelo' ideal que a gente espera.


Agora vem a história da carta...


[Goodbye Pork Pie Hat]
Em alguma de suas introspecções, 'Jefferson Baseado', se viu tocando um Standard de Jazz, mas não poderia ser de guitarras Jazz-Box, tinha que ser de Stratocaster.
Pois foi o que aconteceu, e Sir. George Martin recomendou que Jeff tocasse 'Goodbye Pork Pie Hat' de Charles Mingus
Porém, a intrincada sequencia de acordes que Mingus gravou era muito pra cabecinha de Jeff, então, Jan Hammer transforma a progressão complicada de Mingus em um blues, ficando fácil pra Beck pintar, bordar, chupar cana e assobiar... e tudo ao mesmo tempo!


Nessa música... música não! Nessa obra prima, Jeff usa uma Strato Branca que foi dada por John Mclaughlin, conectada num Ring Modulator pra dar aquele toque de OctaFuzz e um Echo pra dar uma enfeitada. Tudo isso plugado num Fender Tweed de 15w. Só!


[Mingus]
Lógico que ele usa tudo ao seu tempo, e, acompanhado pelo Fender Rhodes de Hammer e a levada quase Heavy Metal de Narada o show acontece. A coisa toda ficou tão bonita que o Aforista Charles Mingus, de tão emocionado que ficou, escreveu uma carta de próprio punho agradecendo Beck pela interpretação, que ele considera a versão definitiva.

Em resumo: -Essa música agora é sua!




Beleza, só tem poesia... Mas e Guitarra?


É pra já!

[LP Chocolate Brown]
Pra quem não sabe, a famigerada 'Les Paul Oxblood Chocolate Brown' vastamente usada durante a turnê do Blow by Blow iria pro departamento médico e nunca mais voltara. Isso porque algum roadie derrubaria a guitarra e seu braço partiria ao meio. Sendo assim, nada de Les Pauls para Jeff até mais ou menos o ano de 2007. 
Mas isso só acontece durante a turnê do Wired em 1977. Ufa!

Durante as gravações e turnês, Jeff levara sua Tele-Gib, Um punhado de Stratos, Telecasters, Uma Les Paul reserva e uma Stratocaster de um construtor já citado anteriormente nesse blog: Tom Anderson, que na época trabalhava para a Schecter Guitar Research.



Schecter também?


Também! Isso porque as Fender/Gibson começavam da dar suas bolas foras. Nego hoje pode ter uma Gibson de 1978 e achar que é "A Guitarra", quando na verdade ele pode ter um verdadeiro "Lixo Caro".



Ah, mas esses caras tinham suas LP59 e suas Stratos 54...

[Schecter/Fender Jeff Beck Stratocaster]
Sim, mas naquela época isso não era vintage, era só antigo. E a turma estava em busca de novidades, então, instrumentos "clássicos" não estavam com nada.

A única coisa não Schecter que essa guitara tinha era o braço Fender. Se bem que a strato branca que o Mark Knopfler usou entre 1986 e 1992 é uma Schecter com o logo Fender, então vai que...


Durante a 'Wired Tour', Jeff levava consigo seus inseparáveis Marshalls Plexi com 2 gabinetes com 4x12 ou 4x10. Nada de amplificador Fender, o negócio era porrada mesmo.
De pedais, ele levava seus fuzzes, ring modulators, flangers, wahs... Tudo isso pra fazer sua Schecter Strato, Telegib e sua, então com os dias contados, Gibson Les Paul Chocolate Brown.

[Wired Tour - Live]
A 'Wired Tour' não foi propriamente uma turnê, isso porque não haviam tantas datas agendadas (vai entender). Então Jeff Beck se junta ao 'Guitarrista de Teclas' Jan Hammer e sua banda para um punhado de shows.

Jeff, então, de convidado passa a ser a atração dos shows de Jan Hammer. Este então, sem o menor ciúme, segura o 'Astro Beck' para uma longa turnê mundial, que incluiria o Japão e outros países em que o povo gosta de Shred.


O resultado dessa 'melódia' foi que a tuba tocou assim:

[Jan Hammer? e a Banda das Estrelas....]
A brincadeira foi tão séria que a turnê de 'Jan Hammer e a Banda das Estrelas' virou 'Jeff Beck and Jan Hammer Group'

O bicho pegou pesado que até saiu um disco ao vivo dessa turnê. Esse aí não é o oficial, mas é melhor.

Tá todo mundo com a macaca nesse show!






É pau pra dar em doido....!


Tão doido que, já que Jeff era o cara e Jan era o outro, porque não juntar esses dois com o 'Bass Pop Hero' Stanley Clarke?

O que era pra ficar melhor ficou... Como gemia aquele pagode dos anos 90 "...Amor se melhorar estraga..."


Estragou tanto que ficou podre!



Mas isso é pra próxima 'prolixada' parte do guitarrista dos guitarristas. Lá vamos "abreviar" a fase 'Jackson Rosa' e do 'Luxo ao Lixo', isto é, os anos 80 de Jeffinho e suas aventuras.



[Olha o He-Man aí...]

Até a próxima pessoal! 




...Nha-Nha-Nha-Nha-Nha-Nha-Nha....



Abraço,
Arthur

2 comentários:

  1. Show de bola Arthur, você tem cacoete para biógrafo, um excelente contador de histórias.

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    1. Obrigado Christian,


      Eu tenho mesmo é cacoete pra aumentar as histórias. kkkk
      Tem muita história pela frente ainda.


      abraço,
      Arthur

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