terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Desejos para um novo ano

Povo Bacana,


A quase um ano atrás, dia 20 de Janeiro de 2014, iniciei esse blog com o intuito de escrever um monte de bobagem com a esperança de que pelo menos uns 3 ou 4 amigos lessem as atrocidades que escrevi.


De lá pra cá escrevi tudo o que sei sobre o Mark Knopfler, falei do Michael Landau, do B.B. King, das minhas guitarras GRS, do Reginaldo Rossi, ainda estou devendo o fim da história do Jeff Beck, etc e etc...


Então, desembucha....


Estava pensando em que minha G.A.S irá atacar em 2015, e tentei organizar possíveis aquisições/vendas/rolos...

Logicamente, todo guitarrista que usa drive no mundo só pensa em guitarras, amplificadores, pedais, cordas, timbre, mais guitarras, placas de som...

Eu não sou diferente tenho certeza que você também não. rsrsrsrs.



La vem asneira.....


Coloquei uma meta possível pra 2015.

- Uma Stratocaster (incrível, mas eu não tenho)
- Fazer rolo na minha 335 por uma Les Paul
- Um Line6 DL4
- Tô querendo muito um EHX-B9
- Quero fazer rolo no meu Amp
- Comprar mais um FuzzFace
- Quem sabe mais uma GRS
- Um Wah Descente


É muita coisa.... Mas pra guitarrista isso não é nada!


Se alguém quiser escrever os desejos de 2015, fiquem à vontade!


[Alguém já leu essa bosta?]
Me lembrei do livro/filme 'The Secret'... Isso mesmo, aquela porcaria que manda você mentalizar o que você deseja pra depois alguém se ferrar e você "herdar" tudo desse que se ferrou.

Não vou desejar que ninguém pare de tocar pra eu comprar material a preço de banana. Então, fiquem tranquilos, não vou colar fotos de instrumentos na parede do meu quarto e ficar pensando: 'É meu!'.


Pelo contrário, quero que todo mundo compre bastante equipamento, quero ver todo mundo fazendo uns rolos legais, deixando o Oscar e o Paulo do Louco por Guitarra atiçar no nosso G.A.S, quero ver todo mundo tocando bastante e que continuem lendo esse monte de bobagem que escrevo.


La vem mais bobagem em 3... 2... 1...


Nada disso! O que quero mesmo é desejar um ótimo 2015 pra todos.







Abraço apertado!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Reginaldo Rossi - Um ano e um dia sem o Rei - Meu Tributo

Gente bonita...


Quanto tempo, não?


Hoje, Domingo, 21 de Dezembro de 2014, a exatos 1 ano e 1 dia, se despediu de nós o Rei Reginaldo Rossi.

Me lembro como se fosse hoje, e olha que faz tempo, eu devia ter uns 13 anos e um amigo de colégio disse que adorava um tal de Reginaldo Rossi.

Eu nem sabia o que era música, muito menos sonhava em tocar guitarra e nem que um dia poderia virar músico profissional. Mas aquilo ficou na minha cabeça e numa dessas festinhas no prédio de Fulano, esse meu amigo levou o 'danado' do CD do Reginaldo Rossi.

[O Rei]
Me lembro que todo mundo só gostava de Forró e músicas da Rádio Jovem Pan. Então nem pensar desse CD entrar naquele som AIWA com o estojo de 5 CDs...

Pois bem, nunca mais falei nem ouvi o 'Tal Reginaldo'. Nem queria saber! Afinal, nem sabia o que era música mesmo.

Poucos anos se passaram e mais uma vez me deparei com o Rossi. Pois não é que as músicas eram boas. Boas não, eram ótimas! E eram tão ótimas que pedi de presente de aniversário pra minha tia o CD 'Reginaldo Rossi - Meus Momentos'


Quando ganhei o CD fiquei extasiado, pois ali, naquele CD estavam as melhores músicas românticas que eu já escutara. Bom, para um guri que nem sabia o que era música, aquelas músicas eram, como diria meu amigo Reginaldo Treloso, o ápice!

Nessa época, eu já tinha uns 15 ou 16 anos, e a vida real se apresentava diante dos meus olhos. O recente gosto pelo álcool e aquela vontade de fumar nas festas de sexta a noite aumentavam a medida que o Reginaldo, que pra mim já era Rei, cantava.

[beijinho na mão]
As palavras entoadas nas canções, ora eram devaneios de uma cachaça mal tomada, ora eram verdadeiros poemas. Me lembro que quando escutava 'Em Plena Lua de Mel', 'Sai de Mim', 'A Raposa e as Uvas'... o sorriso brotava em mim e nos meu amigos de 'jovem cachaça' Tio Chico e meu xará, Arthur Victor. Definitivamente essas eram as músicas que marcaram nossa amizade.


A música se apresentou na minha vida e assim como acontece na vida, minhas debutantes amizades alcoólicas foram esquecidas, outras lembradas e novas brotaram. Desde então, o mundo dos acordes, solos de guitarra e grooves de baixo (Sim, fui baixista profissional durante 10 anos!) tomaram conta da minha cabeça, pois nessa época, eu já sabia o que era música.


A vida foi passando, os acordes se complicando, os modos se alterando, mas toda vez que sem querer eu passava do lado de um carrinho de som que tocava Reginaldo Rossi, o mesmo sorriso brotava no meu rosto. Era um sorriso meio envergonhado, pois eu já sabia a algum tempo o que era música.

A certeza de que o Rei, como a personalidade inteligentíssima que sempre foi, sempre fez parte da minha vida. Quando minha linda esposa chega pra mim e diz: -Ai amor... eu sempre respondo de imediato: - Você diz isso com jeitinho...

Recentemente, achei aquele CD novamente, e a medida que ele tocava, todo o sentimento de inocência, descobrimento e alegria se mostravam como a anos atrás.

Hoje, mais maduro e feliz, recoloquei os sucessos do Rei de volta na minha vitrola.

Nessa semana, senti uma necessidade tremenda de, toda vez que pegar no violão, tocar uma canção do Rei. Acho que toquei todas as que eu sabia. Então, sexta-feira, dia 19 de Dezembro, fui pesquisar quando foi que o Rei nos deixou e pasmem, era amanhã!!!

Como sou atrasado pra tudo, Hoje, Domingo dia 21, acordei as 8 da manha decidido a prestar um tributo ao Rei. Apesar de nunca o ter conhecido em pessoa, tenho certeza de que ele se comunicou comigo. Troquei as cordas da minha Telecaster GRS, montei um timbre bonito e montei uma sequencia de acordes no Fruty Loops que lembravam um grande sucesso do Rei.


Então, à minha maneira, presto aqui meu tributo a o maior cantor romântico do Brasil.
Pois, afinal, descobri que não sei nada de música!


Obrigado, Rei!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Quem nunca quis, né...? (Final)

Pãããã.... Pãããã.... Pãrãrãaan

Brasileiros e brasileiras...

É com muito orgulho que anuncio a continuação das novas medidas econômicas de fraseado de guitarra.

Espero que tenham gostado do post anterior, e, como prometido, segue o restante do bate-papo descontraído com o bom velhinho.



[Parte 11]

[Parte 12]


[Parte 13]


[Parte 14]


[Parte 15]




Agora o 'homi' entra em acão...

[Parte 16]


[Parte 17]



[Parte 18]
Essa merece comentário. Aqui o bom velhinho usa toda medida econômica que pode.


[Parte 19]









Valeu a pena, não?

Incrível todo o conhecimento do 'King' sobre o instrumento. Dinâmicas, acordes, extensões, inversões... tudo!

Fora isso, o bacana é ver que ele é isso aí o tempo inteiro. Não é teatro, ele é toda essa simpatia.

Todas as histórias que ele conta moldam sua postura e estilo de tocar. Por essas e outras é que B.B. King é, pra mim, o Rei do Blues.




abraço!
Arthur

É por isso

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Quem nunca quis, né...

Ilustres labutantes...


Quem nunca quis uma aulinha de Blues com o mestre dos mestres B.B. King? Eu mesmo sempre sonhei em ter uma aulinha com o rei da ES-335. E não! Pra mim o rei das 335s não é o Larry Carlton.


Lógico que sou bastante fã do Stevie Ray Vaughan, Buddy Guy, Clapton, Freddie King, Albert King... Mas quando você ouve o Riley tocando, o bicho pega.


Quem acha que ele só toca pentatônicas menores e maiores, está totalmente enganado. B.B. King aprendeu muita coisa na bucha, isto é, "Vou alí pegar uns toques com o Dave Brubeck no backstage", e por aí vai!


Muita gente deve conhecer essa "videoaula". Faz um tempão que eu me deparei com ela e volta e meia assisto tudo denovo...rsrsrs.


E vale a pena....?


Ô se vale! Aqui o mestre conta basicamente toda sua "história de guitarra", além de sua paixão pelo Jazz, Soul, Blues tradicional, entre outros.

Bacana demais é ver e ouvir o homem falando e contando suas histórias, e perceber que tudo está conectado com sua maneira de tocar.


Então, peguem suas guitarras e apreciem sem moderação!


[Parte 1]


[Parte 2]




[Parte 3]

[Parte 4]

[Parte 5]

[Parte 6]


[Parte 7]

[Parte 8]

[Parte 9]

[Parte 10]      



Não acabou não!


É bom demais ver e ouvir o "Bom Belhinho King", não?

E Tem mais uns 10 vídeos dessa loucura...


No próximo post meto o resto!




Abraço,
Arthur

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Jeff Beck, o 'Ame-o ou Deixe-o' - Parte 3

Juventude,


Continuando a saga guitarrística do 'Adolescente Beck', vou tentar chegar nos 'finalmentes' nesse post! Difícil, mas vou tentar!


Então, taca-lhe pau....


[Taca-lhe pau, Jefferson]
Mal do guitarrista que não canta: Ter sempre um vocalista nas costas!(em qualquer sentido).

Metido nessa frase, o então já consagrado 'Mr. Beck' vem aprontar mais uma.

Com o fim do JBG, 'El Becko' se junta com o  batera Tim Bogert e, o ainda não influenciado pelos penteados de cachorro, baixista Carmine Appice e formam um trio de veras bacana e com um nome bastante criativo: Beck, Bogert & Appice


Não disse que era criativo!? Olha esse "e comercial"... incrível!


Ahammmm.....


[BB&A ou JT&C]
Com esse nome bacana, a sonoridade tinha que ser compatível. E não foi diferente. Influenciado pelo Rockabilly, Funk e aquelas coisas estranhas mas bacanas que permeavam os anos 70. Beck, Bogert & Appice (adoro esse &) virou uma mutreta que deu bastante certo.

Deu tão certo que foram bater no Japão pra gravar um disco 'ao vivo'.



Enfim, no quesito guitarras, pra variar, é um show! Não sei porque, mas esse disco me lembra a sonoridade do 'Bad Company'... Suingue duro, sabe?

A banda está bem afiada, o disco é bem gravado e o casamento dos grooves está bem bacana e energético. Tem a participação de uns caboclos pra fazer "côÔÔôro" e adicionar uns tecladinhos aqui e alí.

Em resumo, as músicas são performances bem organizadas, talvez por isso o disco 'ao vivo' no Japão. To pra ver povo que gosta mais de performance e malabarismo que japonês.



Sim, mas o disco....?

É pra já! Vale a pena escutar as camadas de 'Black Cat Moan', os "riffs apressados" em Lady, mais camadas na desconhecida Superstition.

Nesse disco, 'El Becko' começa mesmo a gostar de uma alavancada, talvez a sua maior 'trademark'.

O maior problema, ao meu ver, desse disco, são as 'metalizadas' de Carmine Appice, que provavelmente já estava sendo abduzido pelo seu penteado futurista.
 
[BB&A - 1973]
1- Black Cat Moan
2- Lady
3- Oh To Love You
4- Superstition
5- Sweet Sweet Surrender
6- Why Should I Care?
7- Lose Myself With You
8- Livin' Alone
9- I'm So Proud 






Bacana, não! Pois é, não vou me alongar muito nessa fase de 'Mr. Beck', pois nem ele se alonga muito, isto é, durante as sessões para gravar o segundo disco, 'Jefferson, o estrano, Beck' desaparece do mapa e a banda "se acaba-se a si mesma própria".

Ah, sobre a "gear" usada por Beck com o 'Bogert & Appice', era a mesma do JBG, isto é, Fender Strato, Esquire, amplificadores Vox Ac30 e o drive basicamente um Colorsound. Também não pesquisei muito porque não me interessei muito por essa "vibe canábis" não!


'El Becko' é um cara meio estranho. Introspectivo, ele se cansa facilmente das coisas e acha que está sempre atrapalhando quem toca com ele.

Bem, mas toda essa "introspecção" talvez fosse o estopim para o que viria. Pra quem gosta de cinema, a trilogia que se seguirá levará Beck ao status de Semideus das 6 cordas.



Então vai lá, Desce o morro da Sovelina...


[Jazz-Rock é complexo..?]
No começo dos anos 70, um gênero esquisito povoava o cenário dos 'músicos fodões' do mundo todo, especialmente Inglaterra e Estados Unidos. O Jazz-Rock, cujo o nome já diz tudo, estava aí e o "povo" estava amarradão. Bandas como Mahavishnu Orchestra, Steely Dan, Soft Machine, Carlos Santana e outras, eram a apoteose das bandas instrumentais. 

Mas 'El Beckon' sentiu que faltava algo nesse negócio, isto é, todas as bandas de Jazz-Rock eram formadas por músicos de jazz que por ventura queriam "matar uma galinha" jogando uma pegada rock n' roll nas músicas semi-instrumentais.

Muita coisa do Jazz-Rock é encheção de linguiça, teclados estranhos, climas indecifráveis e músicas longas com o tema principal com no máximo 30 segundos.

Beck, então assessorado pelo genial George Martin, partiu para a empreitada "jazzista-rockista", porém fazendo o caminho inverso, isto é, Beck é um músico de Rock que partiu pro jazz, então, a abordagem das músicas seria o oposto do Jazz-Rock até então habitual.


Nessa brincadeira de criança (guardo ainda na lembrança), Beck, auxiliado pelo Beatle Gerge Martin, vem com o que é considerada sua obra prima....

Mas antes de falar desse disco, tenho que falar um pouco sobre as guitarras que iriam compor os timbres desse disco.



Guitarras.... Finalmente!



Guitarras, ora pois! Não sei exatamente em quais anos, mas até o começo das gravações do 'Blow by Blow', Jeff Beck estava a procura de alguma coisa que pudesse compor um novo timbre, algo forte e com bastante peso. Leia peso = sustain, madeira ressonante, timbre gordo...

[Les Paul 'Chocolate' OxBlood - 1954]
Durante um passeio por uma loja de instrumentos, Beck se deparou com uma guitarra achocolatada. Isso mesmo! Numa dessas peruadas que todo guitarrista faz pelas lojas de instrumentos, o 'Mortal Beck' encontrou uma Les Paul usada e repintada em 'Chocolate brown'. Na verdade era uma Gibson Les Paul 1954 com um par de PAFs sem a moldura e um braço mais fino.


Essa moça faz parte de boa parte do 'Blow by Blow'. Beck gostava tanto dela que a capa do disco é uma pintura dele com essa mocinha aí.

[Jeff on TV - 1974]
O próprio Jeff mostra um pouco do seu som "simplista" em um programa de tv. Jeff, mostra seus pedais, o talk-box e como tirar timbres de sua 'LP Chocolate'.

O programa lembra um pouco aquele em que Clapton aparece com sua 'Fool-SG' e fica mostrando como funciona a "novidade" da guitarra elétrica.

obs: Quem dera que os programas musicais de tv fossem assim até hoje!


[Fender Esquire - TeleGib - 197x]
Outra criança que chegou nas mãos dele foi sua famosa 'Tele Gib'. O interessante sobre essa guitarra é que ela foi moldada pelo Sir. Seymour Duncan em pessoa!

Não sei exatamente como foi, mas pelo que me lembro, quando Beck estava produzindo o 'Blow by Blow', Seymour Duncan pediu para que Jeffinho toca-se nessa tele modificada, dizendo que a pegada era similar a de sua querida Esquire!


[Beck e suas guitarras - por ele mesmo]
 Jeffinho adorou a guitarra e quis ficar com ela, Seymour 'o besta' Duncan, propôs uma troca entre a TeleGib e sua Esquire. Jeff topou na hora, e quando Seymour saiu do estúdio, Mr. Beck se "arrependeu", mas já era tarde demais. Ainda bem, pois eu acho essa guitarra foda. (Veja o vídeo)



De acordo com o Sr. Duncan, ele colocou 2 captadores Gibson PAF rebobinados de uma Flying V (palavras dele), cortou a ponte para adaptar o humbucking na ponte e, se eu não me engano, trocou também o braço por o de uma Telecaster 52.

Detalhe, esses captadores rebobinados, são a primeira versão do set "Seymour Duncan - JB/Jazz". JB adivinha porque? 


Foram feitas 2 TeleGibs, uma logicamente foi para as mãos hábeis de Mr. Beck e a outra ficou com Mr. Seymour himself.



OK, contadas as histórias das guitarras mais famosas de Jeff Beck até então, vamos ao disco!


Escute 'Blow by Blow' aqui no GrooveShark 


[Blow by Blow - 1975]
Aqui não! Esse disco é coisa de louco! É o divisor de águas do Jazz-Rock de todo o sempre.

Nesse disco, Jeffinho nos presenteia com tudo de bom e do melhor. Tem Steve Wonder, Beatles e mais um monte de pancada.

Jeff chamou seu amigo de outrora Max Middleton para dar aquele toque de "órgon" (minha avó adora falar órgon. Queria até que eu tocasse no órgon), o "Reggae boy" Phil Chen e para pegar na baquetas, o glorioso (nem sei quem é) Richard Bailey!

Setlist:
1- You Know What I Mean
2- She's a Woman
3- Constipated Duck
4 -Air Blower
5 -Scatterbrain
6- Cause We've Ended as Lovers

7 -Thelonius
8 -Freeway Jam
9 -Diamond Dust

Todas, repito, todas as músicas são simplistas. Simplistas e não simples. Parece fácil, mas não é!

Quase tudo foi gravado com o setup do 'vídeo da TV', isto é, um colorsound, um Cry Baby, Talk Box, um echo aqui outro alí. De guitarras são a 'Choco LP', TeleGib, Fender Strato e um violão só pra quebrar o clima.

Pelo que me lembro, foram usados 2 amplificadores para o disco todo. Um Vox AC15 e um Fender desses de 15W (Igual o do Larry Carlton em Kid Charmelagne). Tudo no talo!

O "riffáço" de Air Blower é mortal! A atmosfera dessa música e de todo o disco é singular e única. She's a Woman é um show, tem um clima relaxado que é demais. Diamond Dust é pra arrebentar a boca do balão! É do balacobaco! Bernie Holland, o compositor de Diamond Dust, afirma que a música aconteceu um tempão depois de pronta, quando ele desistiu de tocá-la em 'shuffle' e passou pra um 5/4.



Mas e o hino...? Cadê aquela que me parte o coração...?

 

'Cause We Ended Lovers' é outra história... Aqui quem manda é a TeleGib e ponto!

[É ela!]
Essa composição de Steve Wonder é de chorar. Harmonicamente falando, a música é bem simples, até entrar 2 acordezinhos que trazem uma sofisticação linda.

Fazendo uma análise guitarrística rápida, isto é, só acordes versus escalas...

Vejam que interessante soam as "modulações" dessa música:



Cause We Ended Lovers (Steve Wonder)
Tom: Cm


**************
Intro e solo:
Cm - G#Maj7 - Fm - GMaj7

A parte: Cm - G#Maj7 - Fm, a onda fica no 'C Eólio' mesmo, isto é:
C-D-Eb-F-G-G#-Bb

A onda fica bacana quando o acorde entra no GMaj7. Aqui dá pra encaixar 2 coisas legais que 'Jeffinho' não deixa passar:
- Penta de F#m em cima do GMaj7 (sem usar o G)
- C melódico menor: C-D-Eb-F-G-A-B
Notem que a tríade de Sol Maior está aí, mas pra fechar a tétrade, falta o F#. 

Eita, então dá pra adicionar a nota na escala. E o próprio Beck executa dessa forma quando as guitarras se cruzam quando começa o segundo giro do solo.

Então fica:
C-D-Eb-F-F#-G-A-B

Misturando mais ainda, dá pra usar a 'C Eólio' nessa onda também:
C-D-Eb-F-F#-G-A-Bb-B

Agora, não dá pra sair jogando essas notas todas 'ao léu' não! Tem que organizar a putaria!

Dentro dessas notas todas, tem outra escala mascarada aí:
G Harmônico Menor: G-A-Bb-C-D-Eb-F# (estou utilizando o Eb ao invés do D# só pra igualar com as outras escalas)

Como diz um amigo meu: -Tá com a pleura, menino! Isso tudin!

Isso tudinho sim! Organiza que funciona que é uma beleza!

**************
Verso:
Cm - GMaj7 - Fm - (Csus4 - C)

Mesma onda do solo, só que quando entrar pra parte do 'Csus4 - C' o tom muda pra C maior. Pode tocar a escala de Dó Maior mesmo!


**************
Ponte:
D/C - Fm - Bb - (Csus4 - C)

Demais não!? Essa modulação é uma brasa só!
Simplificando a abordagem:

-D/C: Tríade de D maior, Penta Menor de D (intenção blues), D Mixolídio ou até um A Dórico.

-Fm e Bb: Penta de Fm, F Dórico, Penta de Cm

-Csus4 - C: Tríade de C Maior.

**************

Pronto! É mais ou menos isso.
Me quebro toda vez que toco essa música!

Eu avisei que não era fácil!

  

Não cansou não...?


[Cansei...]
Cansei sim, e como prometido, não consegui terminar o post sobre o fabuloso 'El Becko'.

Até agora são só felicidades e notas bonitas. Acho que daqui a uns 4 posts chego na 'podreira' e nas 'enrascadas' que nosso pequeno Jeffinho se mete.



Vamos que vamos, porque o tempo 'Ruge'...



Não vai ter He-Man não...?
























That's All Folks!


Abraço apertado,
Arthur






 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Esse é 'O CARA'

Strateiros de plantão...


Um post rápido...




Esse é, definitivamente, 'O CARA'

 

Um videozinho recente de um dos meus guitarristas favoritos. 
O Gig-Man, O super Michael Landau!

Quem conhece pouco desse 'cabra', pode dar uma fuçada no VocêTubo. O cara é um monstro.

Conhecido como um dos, talvez o mais, tops dos guitarristas de estúdio, Mike Landau já gravou com meio mundo. Meio mundo não, o mundo inteiro.

Totalmente influenciado por Hendrix e sonoridades modern/vintage, esse monstrinho é um dos caras de que mais gosto. Sempre penso nas frases dele quando pego na Strato.

Além de ser um cara gente finíssima (quem toca com o Gary Novak não pode ser chato), é um cara que não teme bater na porta de quem ele considera como "professor".

Numa página dessas da vida, Landau fala que sempre que tem alguma coisa difícil pra aprender, ele bate na casa do vizinho Scott Henderson pra pegar "uns toques". Nessa onda, perguntaram pro Scott o que ele ensinava pro Michael Landau.

Scott Henderson: "Na verdade não sei o que ele (Landau) vem fazer aqui, rsrsrs... Eu aprendo 10x mais com ele do que ele comigo"




É o fraco!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Afinal... O negócio é Tele ou Strato?

Raros amigos de curta data...


Vai demorar mais tempo até o próximo post?


[Mas... Qual delas?]
Não sei, mas nesse post vou continuar a falar as besteiras de sempre. E garanto que esse post estará cheio de informações vazias e que não vão levar ninguém a nada.


Então, manda bala aí...


Bom, muita (Na verdade, pouquíssima) gente me pergunta e existem muitos debates por aí sobre esses dois ícones: A Telecaster e a Stratocaster.


A pergunta mais comum é: Strato ou Tele ? 
E a resposta correta é: Strato e Tele! Com certeza.


Mas e se você tiver que escolher apenas uma? Qual seria?


Aí, o buraco é mais embaixo, e mais um pouquinho pra esquerda!

Bem, se você tiver uma grana pra gastar e não sabe qual das duas comprar, há de se fazer uma análise sobre o que você é (musicalmente falando, é claro), o que você gosta de tocar, qual o timbre que você busca... essas coisas.

Então, vou direto ao ponto!



Então vai lá, quero ver... Direto ao ponto!

[Qual delas devo comprar?]

Na minha opinião, a primeira escolha deve ser a Stratocaster. Digo isso porque a Strato é uma guitarra versátil, possui uma boa gama de timbres, tem alavanca e, a princípio, é mais confortável de tocar do que a Telecaster.

Digo, por experiência própria, que optar por uma Telecaster é uma questão única, quase como uma evolução.

Tive uma Telecaster quando já havia estava iniciado e foi uma decepção. A coisa simplesmente não acontecia. 

Se adaptar com uma Telecaster pode não ser uma tarefa fácil. Achar um bom timbre de ponte é difícil, e mesclar esse timbre matador de ponte com um timbre quase jazzistico de braço é tarefa árdua.

Pra se tocar de Tele, deve-se estar muito confiante do que se procura, porque apesar de terminarem com "Caster", Tele e Strato pouco se parecem.

Só essas "dicas" já auxiliam bastante a escolha, mas se mesmo assim a dúvida pintar...


Preste a atenção:

- Se você gosta de strateiros tipo SRV, Clapton, Gilmour, Knopfler, Malmsteen, Hendrix... Então é sem dúvida: Strato/SSS!

- Se você gosta de Heavy Metal Clássico tipo Iron Maiden e similares... Strato/HSS/Ponte 2 pivôs

- Meu solo favorito é o de Stairway to Heaven... Telecaster!

- Me acho o discípulo do Satriani ou do Steve Vai mas não quero tocar de Ibanez... Strato/HSH ou HSS/Ponte 2 pivôs

- Slash é o melhor guitarrista do mundo... Post errado!

- Jeff Beck, Scott Henderson, Mike Landau... Não vou nem falar!

- Gosto de Fusion e adoro usar alavanca... Não insista: Strato/SSS ou HSS

- Gosto de Fusion e não uso alavanca... : Strato/SSS ou HSS

- Acho o John Scofield o máximo... Telecaster 

- Gosto de Blues Texano... Strato e cordas grossas!

- Robben Ford é o cara!... Telecaster

- Sou Jazzista mas não quero tocar de Archtop... Telecaster!

- Nasci no interior de Goiás e/ou gosto de Vince Gill... Telecaster

- Adoro aquele sonzinho anasalado da Strato, mas não uso alavanca... Strato/SSS! Telecaster Nashville não tira esse timbre.

- Meu drive favorito é o BOSS-DS1 e uso Marshall/Peavey... Uma Tele na cola do R. Kotzen ajuda, mas eu recomendo uma Strato/HSS.

- Gosto de usar encordoamento 0.08... Mude pra 0.09 ou 0.10 e leia tudo de novo.

- Sou caipira pira pora nossa... Telecaster ou Tele-Nashville

- Sou maluco num Pop-Rock e minha música favorita é 'Mrs. Jones'... Desista!

- Gosto mesmo é de Rock Nacional... Qualquer uma! 98% do Rock Nacional não tem exigência timbrística.


...E assim a vida segue!




Mas, então você quer dizer que isso é regra...?



Não, mas é mais ou menos por ai. Claro que existem os "pontos fora" no quesito Strato ou Tele.

[Fora da regra...?]
Por exemplo, o Tom Morello usava Telecaster em tudo no Rage Against The Machine, porém era uma telecaster com 2 hot-rails, kill-switch, etc... Então, de Tele mesmo era só o visual.
Quando ele fundou o AudioSlave, com um timbre mais "vintage", A Strato casou melhor com os timbres em geral.


Existem aqueles que gostam da simplicidade da Telecaster e usam variações dela em tudo.


Jeff Beck é um exímio 'Strat Player'. Ele mesmo diz que tira som de tudo com a Strato. Mas ele também é conhecido por ser um expert em Telecasters. Sua Tele-Gib é tão conhecida que o Seymour Duncan lançou uma guitarra igual a Tele-Gib do Beck (Que o próprio Seymour preparou)


O próprio Mark Knopfler em uma determinada época declarou que não tocava mais de Strato!!!! Era somente Tele e Les Paul, e só usaria um similar de Strato, leia-se Pensa Suhr, quando fosse estritamente necessário.



Certo, mas.....


[Escolhendo....]
Mas, outra coisa importante é testar o que for comprar. Se um amigo tiver uma Telecaster, vai encher o saco do cara e tocar na guitarra dele.

Se for na loja escolher entre uma delas, procure testar guitarras da mesma marca ou da mesma série. (Ex: Fender American Standard)

Se você é 'modernoso' e gosta do Van Halen, evite Telecasters, mas se houver a "paixão", não pegue uma de BassWood.

É mais fácil encontrar uma boa Strato do que uma boa Tele

Procure tocar em um amplificador que você conheça (ou possua), isto é, sabe timbrar. Ou até mesmo, leve seu set de pedais.



OK! Já estou bem certo... tem mais alguma carta na manga...?


Ter, tem! Se você comprou uma strato, mas quer aquele timbre de braço+ponte característico de Telecaster. Instale um push-pull ou use um dos controles de tonalidade independente como volume pro captador do braço. Assim, além de ter esse timbre de Tele, você vai possuir mais um timbre na Strato.

No blog 'Louco por Guitarra', tem uma matéria sobre pontes de Telecaster que ajuda e muito a escolha de uma boa Tele!



Lembrando...


[He Maaaaan]
- Não insista em Tele se o seu negócio for Strato. Se você quer mesmo uma Tele, compre depois.

- Compre Telecaster em que as cordas passem através do corpo.

- Teles vintages não combinam com amplis modernosos.

- Não use cordas 0.08

- A maioria das Teles Mexicanas não prestam!

- Teste ambas as guitarras no mesmo equipamento. De preferência o seu equipamento.







Acho que dá pro gasto!



Abraço!