quarta-feira, 17 de junho de 2015

Overdrives, distorções, fuzzes e mais drives...

Povo que gosta do feriado de São João...


Demorei muito pra escrever esse post e estou devendo um monte de coisas. Mas a vida segue....


Hoje vou tentar falar, sem me perder, sobre um dos nossos assuntos favoritos: Drive!


[Esses podem ser 1/5 dos seus pedais..]
Se existem dilemas na vida de um guitarrista, um deles certamente é saber qual o timbre de drive que mais combina conosco. Nesse dilema encontra-se a compra de um, alguns ou milhões de pedais de drive ao longo da vida.


Existem vários mitos à cerca do surgimento do overdrive como conhecemos. Já ouvi vários mitos sobre esse assunto. Um deles foi que, certo dia, Keith Richards riscou seus alto-falantes na intenção de estragar o som deles e obter distorção. 


Cada um que viva no seu mundo né?



Sabemos que, bem simploriamente, o drive é gerado pela saturação do amplificador, distorcendo assim o sinal de saída. A partir daí o resto, e todo seu aparato tecnológico, é história.


[Qual é o meu Drive..?]
Então, como saber qual o melhor som de drive pra mim?


Simples: Bom senso e tentativas.



Faz um tempinho, eu estava vendo um dos vídeos do Mateus Sarling, que só pra constar é um músico sensacional, e ele estava falando sobre algo muito bacana que acontecia tempos atrás: A troca/empréstimo de pedais.

O que ele fala, e eu concordo plenamente, é que na época em que as coisas eram muito caras e até um pouco escassas, se passava muito tempo com um pedal, seja ele seu, ou de um amigo. 

O que acontecia era que o músico aprendia cada macete desse pedal e somente com o tempo o cara poderia dizer se realmente o pedal servia pra ele ou não.

E isso ocorre para os mais diversos tipos de pedal e suas marcas. Não é porque é BOSS que você vai "se achar" no pedal.


Claro que à principio, você vai se espelhar nos pedais dos seus guitarristas favoritos pra achar o "seu timbre", mas depois o caldo vai engrossando e o seu nível de exigência fica maior e maior... até que você endoida.



E quando endoida, fodeu....?


[Endoidou? Não tem jeito]
Fodeu! Não tem jeito! Você vai comprar 3 milhões de pedais de drive e você nunca vai achar o seu timbre. O perigo aí é que você certamente já havia achado "o timbre", mas por loucura, resolveu mudar

Lógico que todo guitarrista muda sua 'Gear' de tempos em tempos, mas a essência do timbre fica lá, mesmo com a mudança do setup.





Ah, mas aí é onde está a mão do guitarrista...



E você é cotó? Maneta? Não né!
Então a essência do timbre também está nas suas mãos!





Então vamos ao timbre...


[Aqui tem de tudo! Tuuuudo...!]
Não vou sair falando sobre marcas de pedais e falar sobre cada um deles não. Só de alguns... hehehe. Alguém já fez a parte completa, e fez muito bem! 

Minha referência em se tratando em reviews de drives:



Esse blog voltado à timbres floydianos tem informação sobre um montão de coisas, desde as características sonoras dos pedais, setups favoritos e qualificação. Um show de blog. Um dia inteiro nele não é suficiente!


No meu caso, demorei bons anos pra descobrir que minha distorção favorita vinha de fuzzes. 

Uma coisa que sempre gostei foi de 'drives cuspidos'. Sabe aquele drive que parece uma metralhadora? Pois é.
Passei muito tempo com um Ibanez DS7, pedaleiras Zoom e alguns pedais baratos. E nenhum deles atendia ao que eu queria.

O guitarrista da minha extinta banda (na qual eu era baixista) ainda hoje tem um Marshall S80, o qual possui um dos overdrives mais bonitos que ouvi até hoje
Aquele pra mim era o top dos drives. Na época, ele trocou sua Digitech RP7 por um punhado de pedais, dentre eles um 'Marshall JackHammer'. 


[Esses aí eram o sucesso]
Ele tem esse pedal até hoje! Fim de papo.
Taí um cara que achou seu timbre de drive. E bem simples, um BOSS SD1 pra lead e o famigerado JackHammer pra Crunch. Podendo usar um de cada ou os dois.

Enfim, o JackHammer, pra mim, passou a ser "o" pedal de drive, mas por algum motivo ele não se acertava comigo. Mas para o Bruno (guitarrista da banda) caia como uma luva.


Outra coisa que sempre pensava era que drive bom mesmo era o drive do próprio amplificador. E não deixa de ser verdade, claro que existem pedais que superam os timbres distorcidos provenientes do amplificador, mas também existem caixas que te dão um drive trinta vezes melhor que um pedal (mesmo sendo de boutique).


[O ótimo Giannini ClassicT] 

Claro que de começo, pra se ter um bom timbre de drive, primeiramente precisamos de um amplificador razoável e não necessariamente valvulado.
Pra mim, um bom ampli tem que ter um bom som limpo e definição nas notas. Claro que um bom amplificador valvulado é o desejado, mas existem bons amplis pré-valvulados ou transistorizados também.




Outra coisa é saber o timbre que estamos procurando. Seja Blues, Rock, Jazz, Metsaaal, Fusion...

Nem sempre setups (leia-se 'Muitos Pedais') complicados são os ideais. Lógico que se você precisa de determinados pedais, use-os. Senão, nem coloque no pedalboard. 


Mas como o assunto é drive, não vou falar de delay...


[Esse é o Caixa...]
Voltando a falar de amplificadores, acredito que escolher o amplificador é a parte principal para montar um timbre distorcido. Porque se o caixa soa bem só com a guitarra, fica muito mais fácil timbrar os pedais.
Eu mesmo gosto de caixas roucos e definidos. O melhor amplificador que toquei até hoje foi um 'Fender Deville Deluxe 4x10'. Esse combo deixa qualquer Peavey Classic falando igual a um rádio de pilha.



Mas como somos meros mortais, vamos voltar ao mundo real.


Quem toca na noite sabe que levar amplificador pra tocar é uma trabalheira danada. Então sempre tocamos com o 'caixa da casa'. Sendo assim, nosso ideal de timbre foi pro saco. Mas nem sempre...






[Bom exemplo de como buscar um timbre referência]



Bacana desse vídeo é que o barbudinho aí tentou capturar o timbre do Clapton com 3 variações de guitarra + amplificador. O camarada usou um setup signature do EC, depois um set de orçamento mais baixo e por último um set mais barato.

A ideia não foi mostrar o timbre, mas sim como se pode "emular" seus timbres favoritos sem complicação.


Sendo assim, o 'caixa da casa' é, numa boa parte das vezes, bom!



Agora que desviei bastante do assunto (vulgo me perdi) e falei bastante de amplificador, vamos timbrar o nosso drive!


[EHX Soul Food - TOP!]
Claro que se você é 'bluseiro' e gosta do SRV, um Tube Screamer é o ideal. Porém o EHX Soul Food também chega junto. Mesmo sendo um "clone" do Klon Centaur, ele te entrega um boost rouco com um headroom de enlouquecer.

Se seu blues favorito é na cola do Robben Ford, você pode usar facilmente um dos pedais citados acima pra compor aquele timbre.

E pra entortar o cabeção, ainda dá pra tirar o timbre do George Lynch com esse pedal.


E como é que sabe disso? Testando!




Ah, mas meu "negócio" é modernoso...




[MXR 78 - Foda!]
Então compra um distortion!
Além de você possuir toda aquela violência, um distortion ainda pode te trazer timbres saturados uniformes com maestria. Eu mesmo usava meu horrendo Ibanez DS7, que é muito violento, com ganho bem baixinho e ficava muito bom.

Esse MXR aí é o delírio de muito guitarrista que conheço. Do Crunch ao Gore, esse é o cara!





Na certa, sempre é bom ter ao menos 2 timbres de drive em um pedalboard. Um leve e um pesado ou dois leves. Sim, 2 pedais setados pro crunch quando ligados em série, trazem um timbrão show!



[Master Blaster]
Outro pedalzão que conquistou meu coração foi o deprimente OCD.
Deprimente porque se você pegar ele emprestado, fica deprimido por ter que devolver.

O melhor timbre de drive pra humbuckers de braço que já ouvi.


Mas tem gente que não gosta. O Greg Koch mesmo, detesta.



Esse pedal aí tira timbre de tudo, menos de Fuzz!
Que é o tópico de agora!


[Maestro Fuzz-Tone - The Numero Uno]
O Fuzz foi concebido originalmente pra simular um saxofone. Ainda bem que deu errado, pois pra mim, não existe timbre de drive mais bonito do que um bom Fuzz.

Engraçado do fuzz é que parece que esse benedito joga todo o seu investimento em guitarra e amplificador no chão. Parece que o timbre da guitarra desaparece e só fica aquela zoada que parece um dragão cuspindo fogo


E é isso mesmo... kkkk




Só que essa zoada é muito musical e tem uma dinâmica filha da puta. O negócio é encontrar o fuzz ideal pro que você quer.

[Acho que tem bastante fuzz por aqui...]
Existe fuzz de tudo quanto é tipo. Grave, agudo, gritão, rouco, oitavado, brilhante, opaco...
Claro que tudo isso vem dos transistores e capacitores, mas isso é assunto pra uma outra oportunidade.



Tem muito caboclo por aí que acha que fuzz só serve pra tocar Hendrix, alguma coisa de Gilmour, música de Seattle e alguma coisa psicodélica inspirada no Hendrix. 

Em resumo, Fuzz = Hendrix!


Mas Fuzz = Hendrix?

Claro que não! Só que assim como David Gilmour e seus Muffs, Hendrix timbrava tão bem os fuzzes que virou a referência nº1 para quem procura esse tipo de pedal.

O bacana, e ruim ao mesmo tempo, desse lance do Fuzz com o Hendrix é que só imaginamos tocar aquele tipo de som. Porém, um bom fuzz pode soar quase como um sintetizador.



Por exemplo:
[Professor Alexandre Bicudo e seu fuzz signature]
 



Timbre fraco, não?
Taí um belo timbre de fuzz pra fugir dos padrões.



Ah, mas o pedal foi feito pra ele...



[Agora só com o caixa - O timbre fuzzeado está lá]



Respondido?
Bacana que o timbre veio todo do caixa. E parace um Fuzz.



Então, o que ocorre?


[PE falando para o mundo]
Ocorre que até mesmo o amplificador sozinho pode 'Fuzzear'. Aqui em Recife o pessoal da AltoVolts, que é fera em amplificadores valvulados, deixa a saturação de seus amplis à beira de um fuzz.





Mas então, fuzz é tudo!



Também não! Mas eu acho bacana demais.



Considerações finais...? 



Também não! Escrevi um monte de bobagem que não leva ninguém a nada.
Só quem pode falar alguma coisa é o He-Man.



*Usem seus pedais ao máximo, eles até podem trazer gratas surpresas.

*Cansou do pedal? Não venda, empreste, faça uma troca temporária. Quando o pedal voltar você vai achar coisas novas com ele.

*Explore seu set com outros amplificadores. As vezes o problema não está no pedal.




abraço,
Arthur