terça-feira, 7 de abril de 2015

Jeff Beck, o 'Ame-o ou Deixe-o' - Parte 5 e correndo...

Gente 'pascoante'...

O milagre de páscoa é hoje mesmo!
Como diria o Papa do Reggae Edson Gomes: - Demorou, mas chegou!


Então chega de 'milagres' e vamos falar de guitarra...


Apoi, ta certo!



[And no mercy....]
Depois da sucessão de sucessos, elogios e parcerias jazzisticas, 'El Becko' resolve expandir as amizades e num desses encontros entre músicos nerds (leia-se Jazzistas), surge a "idéia" de reunir duas pessoas com temperamentos complicados e uma mega síndrome de supernova. Esses dois camaradas eram Jeff Beck e Stanley Clarke.


Num clima de pura camaradagem, os dois 'humildes' se juntaram pra fazer uma turnê, para quem sabe daí nascer mais um 'Super Group'.


Todo mundo sabe que quando se juntam dois craques na mesma posição, o time para de ganhar. Lembram do Flamengo de 95? Sávio (O diabo loiro), Romário e Edmundo... pois é...


Ah, mas o Clarke é baixista e o Jeff guitarrista...


Só que os dois eram Solistas e Front-Mans de suas bandas! Só pelo título desse bootleg, já deu pra perceber a guerra que era...

Lógico que não era uma desgraça, mas pra uns caras desse nível e com um ego gigante, a coisa simplesmente não rolava legal, o que era uma pena. Digo isso porque Jeff e Stanley tinham uma boa relação e inclusive 'El Becko' havia feito uma participação no disco 'Modern Man' do próprio Stanley.


Bom como diz a velha máxima: Treino é treino, jogo é jogo.

[JB&SC, Lapada na orelha]
E nesse jogo, já dá pra ver que a coisa é estranha. Claro que Freeway Jam é bacana, Porkpie e Cause We Ended tem seus brilharecos. Mas a tônica dos shows eram as performances individuais de cada um. E isso incluía intromissão na parte dos outros.

Tem coisa mais chata do que aquele cara que fica metendo nota quando você tá solando? Não!




Bom, depois da turnê de excessos, a amizade que renderia mais um punhado de sucessos entre JB e SC se escafedeu. E no lugar dessa amizade, Jeff se encanta com o tecladista dessa turnê.
Então, Tony Hymas era a bola da vez. E como Jeff não compõe nada e Hymas compõe tudo, a bola voltava a rolar redonda.


Pois em 1980, Jeff Beck, dessa vez sem baixista solista, e sua trupe se juntam para fazer mais um K7/LP. Munido de 2 tecladistas compositores, El Becko se aproveita e extrai o melhor de ambos.

O disco que se segue é um mix entre composições de Jan Hammer e Tony Hymas. Sem discórdia e sem brigas, o álbum intitulado 'There and Back', pra mim, fecha a 'Tríade Top' de Jeff Beck.

[JB- There And Back 1980] Digo que fecha, pois nota-se que após o Wired, Jeff se volta para um lado mais 'Pop'. Acho que ele sempre quis ser Pop-Star...

Claro que o disco é show de bola. Os duelos de Teclado/Guitarra são impecáveis. Space Boogie é uma porrada na orelha, Star Cycle é outra que deixa o riff de abertura na cabeça uns 3 dias,
The Pump, é uma aula de improvisação, El Becko tem um slide que pelamor... e tirando alguns timbres pra lá de duvidosos, o disco é um clássico.

Ficha Técnica:

There and Back
Co-Produced by Jeff Beck and Ken Scott
Recorded in London, England

Faixas:

1 - Star Cycle (Jan Hammer)
2 - Too Much to Lose (Jan Hammer)
3 - You Never Know (Jan Hammer)
4 - The Pump (Tony Hymas, Simon Phillips)
5 - El Becko (Tony Hymas, Simon Phillips)
6 - The Golden Road (Tony Hymas, Simon Phillips)
7 - Space Boogie (Tony Hymas, Simon Phillips)
8 - The Final Peace (Tony Hymas, Jeff Beck)




E as guitarras...?


[The Main Guitar]
Jeff nesse período deixara suas Les Pauls de lado e passaria um bom tempo sem usá-las. Nem sua Tele-Gib aparece nesse disco. Ele usa apenas sua Fender 54 Stratocaster que ele considerava a guitarra mais difícil de tocar que ele já teve.


- É terrível! O Tremolo desafina o tempo inteiro! Mas eu achei um jeito de tocar com ela que funciona. (Palavras do próprio)


E pra completar o timbre, Jeff pluga sua Strato em um Booster Ibanez  modificado, que de acordo com ele deixava o som da guitarra igual, só que mais alto. De acordo com ele a guitarra soa bem mesmo no 'clean', então, pra ter um sustain maior, o boost resolve

[TBrahe Paraflanger]
Beck também usa um Tychobrahe Paraflanger, que eu nunca ouvi falar, mas ele usa até hoje!

Tudo isso (Sem Delay) ligado em seus velhos Marshalls da época do 'JB Group' que ele afirmara que NUNCA havia feito qualquer manutenção, isto é, mesmas vávulas, capacitores, fios... tudo!

Esse é um grande exemplo de que 'Menos é sempre Mais'




E os finalmentes...?



Bom, o disco logicamente foi um sucesso, e mais uma vez Jeff Beck se firmava como o Top dos guitarristas de fusion da época. 

Fusion sim! Naquela época tinha muito fusion bom e não era essa bagaça cheia de nota que é de uns tempos pra cá.


Durante a turnê, Jeff estava inspirado. Timbres matadores e uma pegada de lascar. Isso tudo apenas com um booster, paraflanger, JTMs e um delay na mesa. Todo o timbre vem das guitarras, que eram sua 54' Stratocaster e a famigerada TeleGib.

E todo mundo queria tirar uma casquinha de Jeff (no bom sentido, é claro). Inclusive seu 'parça' Eric Clapton, que por sinal vinha iniciando uma má fase de lascar.
Em 1981, Eric convida El Becko pra um festival de música. Apenas pra mostrar pro mundo quem é que mandava nas 6 cordas naquela época.

No especial 'Secret Policeman Third Ball', Eric e Jeff, principalmente esse último, dão um showzinho à parte.


[Eric Clapton / Jeff Beck - Secret Policeman - Show]






Se Pablo não chora, eu choro...

Mermão, eu vi esse vídeo fazem uns 10 anos e ainda hoje acho de partir o coração. Essa TeleGib é muito violenta. Melhor é ver a cara de Clapton durante os improvisos de 'Further Up On The Road'. 

Detalhe, Jeff ainda usava bastante palheta!


Ainda hoje fico arretado com a edição dessas músicas porque as duas músicas estão cortadas e não acho mais em canto nenhum as versões completas.



Outro momento que traz o clima dos shows de JB até 1983 é o Show do 'DVD Live Arms'. Isso mesmo, aquele de R$9,99 que vendia nas bancas.

Ali é realmente a banda dele fazendo o show dele.

Então 'Vamo que Vamo'

[Jeff Beck no clima da turne do There and Back]



A primeira coisa que se nota é que, tirando o timbre duvidoso, é que Jeff passa a tocar cada vez menos com a palheta e começar sua famosa pegada de polegar.


Esse showzinho reflete bem os anos 80, isto é, as coisas eram meio confusas. Garanto que se ele pegasse essa 54'strat hoje, as coisas seriam diferentes.

Outra coisa é a inclusão de timbres e sons de teclado medonhos em novas versões de velhos clássicos. E isso não é só exclusividade de Jeff Beck e Cia. Isso afeta boa parte da galera que entra nessa década. Eric Clapton que o diga...



E tem como ficar pior....?


Tem sim senhor!

E como uma imagem vale mais que mil palavras de horror...


[Não vou falar mais nada]





Próximo bloco: Nojeiras, renascimento, parceria com a Fender e uma aula de alavanca.




abraço!

2 comentários:

  1. Show de post Artur.
    Pra quem gosta de Beck indico o fantástico Jeff Beck - Rock n Roll Party Honoring Les Paul 2010 (tem no YouTube), com várias participações especiais, inclusive a fenomenal Imelda May.

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    1. Obrigado, Christian.

      Muito boa sujestão. Com certeza vou falar das raízes Rockabilly do JB. Se não estou enganado, foi nessa época que Jeff volta a usar uma Les Paul.


      abraço!

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